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As vezes me sinto entre vocês e o precipício! (Diário da quarentena - 2)

09/04/2020

Sabe aquela sensação de ser a única coisa entre as pessoas e o abismo? Você quer alertar todos sobre o perigo, mas não consegue, pois está muito ocupado segurando os que estão quase caindo, você quer gritar, mas o som não sai da sua boca, porque todo seu esforço concentra-se nos braços.

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História do alfajor: parte 5 e 6

Parte 5: Alfajor no Lexicon Tetraglotton Dictionary de 1660

Quando digo que o ALFAJOR tem muita história, não estou exagerando. Nesse dicionário inglês-francês-italiano-espanhol, de 1660, publicado em Londres, alfajor aparece como o que nas outras línguas é o pão-se-pimenta. Isso não quer dizer que realmente sejam o mesmo alimento, mas mostra que o termo ALFAJOR já era conhecido até mesmo na Inglaterra no século XVII, provavelmente por ser alimento comum para os navegadores. 

 

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História do alfajor: partes 1 a 4

Parte 1: Introdução

Afinal, que doce é esse? O alfajor além de delicioso (em todas as versões) é um doce que agrada a um historiador como eu, pois tem séculos de história, interligada aos grandes movimentos da trajetória humana. Surgiu da ocupação muçulmana na península ibérica, foi para a América com as grandes navegações, se espalhou pelo continente com as guerras e o comércio, e em cada região adquiriu características que refletem a cultura local. 

Aos poucos vou contando a história desse doce delicioso, curiosidades, variações de receita nas diferentes regiões, etc. O alfajor é um doce muito popular no Uruguai e na Argentina, muito presente também no Paraguai, Chile, Perú e Brasil, além da Espanha, país de origem.

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Fotografia Contemplativa, o que é?

O que é Fotografia Contemplativa?

A Fotografia Contemplativa é uma forma de permanecermos atentos ao olhar, á percepção. Essa técnica fotográfica se origina na meditação e no budismo, e coloca a fotografia presente em nosso dia-a-dia buscando mostrar a riqueza e beleza do cotidiano, normalmente ocultos pela visão conceitual, bem como nos reconectar à nossa própria percepção.

Miksang - cores
Por Yuri Bittar, São Paulo, 2013

A ideia é ter "o bom olho", ou seja, ver com clareza e frescor, clicar com o coração, notar os milagres do dia-a-dia que normalmente passam despercebidos. Enfim, fotografar com esse estilo é ter o olho mais atento que o normal, e bem afinado com o coração! É um conceito de fotografia muito diferente, onde o importante é o fazer, e não o resultado, e sendo ligado à meditação é também uma reflexão de si mesmo.

Como uma prática ligada à meditação visa trazer nossa visão para o presente, abrindo nossos olhos e permitindo ver o “novo” no cotidiano. Mais que uma técnica fotográfica é uma forma de ver o mundo e de viver. Essa prática e tem causado forte impacto na minha forma de ver o mundo e até de viver. Por isso pretendo neste artigo compartilhar um pouco dessa experiência.

Amarrações
Por Yuri Bittar, João Pessoa PB, 2012

É importante ressaltar que Fotografia Contemplativa é um fazer, e não o resultado. Por isso o que fizemos antes de conhecer a fotografia contemplativa pode até parecer de alguma forma, mas não é realmente.

Ao olhar uma fotografia nunca podemos dizer se é ou não Fotografia Contemplativa. É preciso saber como foi feita. Se foi feita como uma prática contemplativa, com o uso da percepção, e não de conceitos, ela será uma Fotografia Contemplativa. Essa prática coloca a fotografia presente em nosso dia-a-dia e busca mostrar a riqueza e beleza do cotidiano, normalmente ocultos pela visão conceitual, bem como nos reconectar à nossa própria percepção. Se busca ter "o bom olho", ou seja, ver com clareza e frescor, clicar com o coração, notar os milagres do dia-a-dia que normalmente passam despercebidos. É um conceito de fotografia muito diferente, onde o importante é o fazer, e não o resultado.

“A prática da fotografia contemplativa liga-nos com essa consciência panorâmica não conceitual e fortalece essa ligação por meio de treinamento. A prática em si mesma consiste de três partes, ou estados. Primeiro aprendemos a reconhecer vislumbres de ver e do estado contemplativo da mente que ocorrem naturalmente. Em seguida estabilizamos essa ligação olhando mais profundamente. Finalmente fotografamos do interior desse estado da mente.” The Practice of Contemplative Photography, de Andy Karr e Michael Wood

Vibrant Colors in my mind
Por Yuri Bittar, São Paulo, 2012 - feita durante oficina com Andy Karr

Muitos acreditam que, para se tornar um bom fotógrafo, é preciso ter um talento nato, ou passar por um árduo treinamento técnico e dispor de equipamento sofisticado. Claro que estes três fatores são importantes, mas talento, treinamento técnico e equipamento são, por definição, limitados. Porém, para ser um grande fotógrafo, é preciso também, ou melhor, é preciso acima de tudo, criatividade. E a criatividade é, por definição, ilimitada e inesgotável.

teXtura
Por Yuri Bittar, São Paulo, 2012

Como descobri a Fotografia Contemplativa

Conheci essa prática em 2011 a partir de um comentário de uma amiga em uma foto minha. Em 2012 ganhei de um amigo e li o livro "The Practice of Contemplative Photography: Seeing the World with Fresh Eyes", de Andy KARR e Michael WOOD e no mesmo ano tive a feliz oportunidade de fazer uma oficina com Andy Karr. Desde então tenho lido, praticado e ensinado (vejam minhas oficinas aqui). Atualmente faço uma pesquisa de doutorado no tema, utilizando a fotografia contemplativa dentro do ensino na área da saúde. A prática dessa técnica tem causado forte impacto na minha vida, e já vejo como mais que uma técnica, mas sim um estilo de vida, um modo de ver e se relacionar com o mundo e buscar qualidade de vida. Não há aqui reflexões sociais ou crítica, mas apenas imagens, que nos causam algo, ou surgem porque algo nos afetou. A vida é uma sequência de instantes e tento captar alguns, pedaços da vida, imagens que, espero, falam por si mesmas.

Após participar desta oficina, me sinto ao mesmo tempo mais e menos “entendedor” do assunto. Teoricamente entendi melhor a fotografia contemplativa, e também pratiquei de forma mais profunda. Por outro lado percebi como estamos distantes da verdadeira prática contemplativa, ou seja, como é difícil nos concentrarmos em uma simples tarefa: apenas ver.

Hoje a Fotografia Contemplativa é, para mim, estilo de vida, trabalho, pesquisa, prazer. Conheça o Projeto Laboratório do Olhar UNIFESP, minha pesquisa de doutorado. Entendo a Fotografia Contemplativa também como uma prática de Meditação Mindfulness, e tenho me aprofundado e profissionalizado nessa prática, que tem por trás muita pesquisa científica e vasto material de pesquisa. Segundo Jon Kabat-Zinn, um dos responsáveis pela “ocidentalização” das práticas de mindfulness com foco na saúde:

"O estado mental de “Mindfulness” pode ser induzido ao focarmos nossa atenção intencionalmente na experiência direta do momento presente, numa atitude aberta e não-julgadora." [...] “Mindfulness é a simplicidade em si mesmo. Trata-se de parar e estar presente. Isso é tudo”."

Definindo a Fotografia Contemplativa

A visão é um sentido natural, e naturalmente aguçado e rico. Mas temos simplificado essa ferramenta poderosa de apreensão do mundo, subestimado a inteligência plena de nossa visão. Acreditamos na grande inteligência de nossa “mente pensante” e não percebemos nossos outros tipos de inteligência. Ver, simplesmente, com os olhos e coração (não com a mente discursiva e conceitual), é um exercício que irei praticar cada vez mais, pois essa prática, acredito, pode nos levar a “abrir os olhos” para um mundo novo, fresco, amplo e lindo.

Podemos definir  Fotografia Contemplativa como clicar com o coração, notar os milagres do dia-a-dia que normalmente passam despercebidos. Fotografar com esse estilo é ter o olho mais atento que o normal, e bem afinado com o coração! É um conceito de fotografia oriundo do budismo e da meditação, portanto é uma reflexão de si mesmo, e sempre mostra algo sobre seu autor.

Tele / Coisas de outras paradas
Por Yuri Bittar, São Paulo, Santo Amaro, 2013

É preciso descondicionar o olhar para poder ver assim. Um bom exercício seria visitar lugares desconhecidos, para onde você iria sem saber previamente o que poderia ver. Mas o desafio é buscar o despercebido nos lugares que você já frequenta. Para quem está acostumado a usar a fotografia com algum propósito bem definido e estruturado, seja como trabalho ou arte, que tal deixar “rolar solto” um pouco, fotografar simplesmente o que chama sua atenção, pensando apenas na imagem e não em sua utilidade? Experimente!

Lembre-se que o melhor da viagem é o caminho, por isso abra os olhos para as surpresas da “estrada”, não tenha metas rígidas. Tenha a fotografia simplesmente como um prazer. A Fotografia Contemplativa é mais ligado ao “como” do que ao “o que”.

Banco vazio, dia vazio
Banco Vazio (Yuri Bittar, São Paulo, 2010)

Banco vazio, dia vazio... Ao ver essa foto (é que eu vejo a foto antes de fotografar) eu vi uma imagem muito triste, pensei em vazio, escuridão, limo, frio, abandono... eu estava num dia meio pesado, com um pouco de dor nas costas, numa sala vazia esperando uma reunião. Então olhei pela janela e vi o banco e achei que valia a pena registrar esse momento de vazio. Esta foi a primeira foto que fiz com o conceito de  Fotografia Contemplativa em mente. Numa foto postada dias antes (foto abaixo) a Bel Barbiellini comentou perguntando se era Miksang, e eu não sabia o que era isso. Fui investigar, descobri se tratar da  Fotografia Contemplativa, e gostei! Percebi que de certa forma já fazia isso, ou melhor, tentava, pois como fazer algo para o qual não temos sequer palavras? Essa nova ideia veio então responder a alguns velhos anseios dentro de mim. A troca, o contato com outras pessoas, fotógrafos amadores e profissionais, tem me proporcionado enorme aprendizado.

Esse novo olhar me mudou mesmo! E ao sair para fotografar, para criar novas imagens, agora vejo muito mais para fotografar, tenho a visão mais ampla. As coisas estão por aí, é preciso apenas prestar atenção e perceber imagens interessantes por toda parte!

Miksang na Pompéia
Por Yuri Bittar, São Paulo, Pompéia, 02/02/2013

Não há necessidade de reflexões sociais, crítica, pessoas, elementos que geralmente estão nas minhas fotos, e que prezo muito, mas às vezes fazer apenas imagens, praticar uma fotografia contemplativa, a busca por um olhar puro, é um ótimo exercício. Contemplar a realidade é contemplar a si mesmo.

Precisamos tentar nos desprender da cascata de reflexões, filtros, amarras e preconceitos sobre o que é belo, sobre o que é digno da arte, sobre a utilidade das imagens, e deixar o coração falar mais alto, fotografar o que nos chama a atenção, e deixar para pensar depois. Não tente ser um bom fotógrafo, seja um bom observador, veja a riqueza do cotidiano, desenvolva a criatividade, e será um bom fotógrafo!

Tento fotografar coisas simples, mostrando a beleza presente em tudo... mas faço isso com pouco sucesso, "porque me falta a simplicidade divina", como disse uma vez Alberto Caeiro (pseudônimo de Fernando Pessoa), esse sim, uma pessoa sábia e simples.

História da Fotografia Contemplativa

Chógyam Trungpa Rinpoché foi um Lama tibetano nascido em 1939 e avançado no estudo e na pratica das diversas disciplinas monásticas tradicionais, assim como à arte da caligrafia, da pintura em tangka e as danças monásticas. Aos 20 anos teve de deixar o Tibete devido à invasão chinesa. Após passar pela Índia e Inglaterra, no Canadá desenvolveu técnicas para passar os ensinamentos budistas através da cultura ocidental, especialmente das artes, como teatro, cinema e fotografia. Assim ele criou os conceitos básicos do que viria a ser definido como fotografia contemplativa. Mais tarde ele abandonou os votos monásticos, buscando uma maior proximidade com os alunos. Posteriormente seus discípulos definiram os conceitos da Fotografia Contemplativa. Saiba mais sobre ele em http://pt.wikipedia.org/wiki/Trungpa_Rinpoché .

O estilo  Fotografia Contemplativa

“Art in every Day life and every Day life in art”. Há evidentemente um estilo de fotos associado à  Fotografia Contemplativa. Mas na verdade  Fotografia Contemplativa é um método de treinamento do olhar, para podermos “ver mais claro, mais fresco”. Não é “o que”, mas o “como”, por isso qualquer contexto pode ser tema para a fotografia contemplativa. E qualquer resultado visual pode surgir. O estilo é, portanto, o estado de espírito.

Viver artisticamente é ter criatividade em tudo e saber apreciar os detalhes do comum. “Arte na vida cotidiana e vida cotidiana na arte” é o slogan da fotografia contemplativa.

"A arte da experiência meditativa poderia ser chamada de arte genuína. Tal arte não é construída para ser exibida ou difundida. Em vez disso, é um processo em perpétuo desenvolvimento no qual começamos a apreciar o que nos cerca na vida, o que quer que seja — não é preciso que seja, necessariamente, algo bom, belo ou agradável. A definição de arte, desse ponto de vista, é ter a habilidade de ver o caráter único da experiência cotidiana. A cada momento podemos estar fazendo as mesmas coisas — escovando os dentes diariamente, penteando os cabelos diariamente, preparando o jantar diariamente. No entanto, essa aparente repetição se torna única a cada dia. Surge um tipo de intimidade com nossos hábitos diários e com a arte neles envolvida. É por isso que é chamada de arte na vida cotidiana." (Chögyam Trungpa)

Sentimentos ruins, como ansiedade e expectativa, cegam, pois criam expectativas que não nos permitem ver o real. Mas se você vê o mundo de forma clara, suas fotografias serão claras, e o resultado realmente artístico. As coisas comuns podem ser belas e ricas. Mas, no entanto não olhe para elas tentando classificá-las como belas, especiais, etc. Veja apenas formas, cores, texturas, relações. A vida hoje é muito complexa, por isso busque sempre a simplicidade.

Assim devem surgir as seguintes características em suas fotos: claridade, definitivo, preciso, riqueza de cores.

Velha janela
Por Yuri Bittar, João Pessoa, PB, 2012

Qualidade de vida

Fotografia Contemplativa é ver as coisas como são e conduzir a vida com o coração. O estado de mente contemplativo, por diminuir a ansiedade, resulta em qualidade de vida. Viver no presente e aproveitar o que é real pode causar um forte impacto na vida em geral que quem pratica. Para o budismo a maior ignorância e atraso para uma pessoa é não ter a visão clara.

Recomenda-se a pratica da meditação. Quanto mais espaço na mente, mais o mundo aparecerá original e claro para seus olhos.

Definindo o que é a Fotografia contemplativa

É importante ressaltar que realizar a fotografia contemplativa de forma pura não é fácil. O que propomos aqui é um desafio até para nós mesmos.

Pensando em termos de fotografia contemplativa, há duas formas de ver o mundo:

• Conceitual: é ver o mundo a partir de seus conceitos, necessidades, ansiedades e razão. É a forma “tradicional” de ver o mundo.

• Percepção: sem rotulação da realidade. Essa é uma nova forma de ver, mas que na verdade é natural, algo que já está em nós. Trata-se de ver apenas, sem a carga de julgamentos que normalmente colocamos como "filtro" da visão. Esta é a forma de ver da fotografia contemplativa.

A percepção aberta (para o sutil e complexo) permite uma visão mais clara sobre a riqueza do cotidiano, para ficarmos apenas no presente abertos para a emoção. A criatividade então pode nos permitir criar a fotografia realmente artística, a fotografia contemplativa. A arte não é se expressar, mas deixar que a realidade se expresse através de você!

Precisamos ver mais e mais fundo, aprender a ver mesmo sem câmera. É importante também aprender a “curtir” a solidão, ficar só, sem distrações, aparelhos de música, emails no celular, etc...

A fotografia pode ser uma forma de arte para expressar o cotidiano, e para trazer a arte para o cotidiano.

Conclusão

Aceitar o mundo é se encantar com o cotidiano. Perceber a inteligência da visão é expandir nosso campo de apreensão do mundo. Se abrir à experiência permite que nos transformemos. E agradecer é abrir o coração e os olhos.

Esse é um possível caminho para a pratica da fotografia Fotografia Contemplativa, e talvez para melhora da nossa qualidade de vida também.

“Na arte meditativa, o artista incorpora tanto o espectador como o criador do trabalho. A visão não é separada da operação, e não há medo de ser desajeitado ou de falhar em atingir a aspiração.” – Chogyan Trungpa

E lembre-se:

  • Busque a simplicidade.
  • Observe as cores, as formas, as texturas.
  • Olhe mais / fotografe menos
  • O importante é o fazer
  • Não se preocupe com regras
  • Se encante com o comum

Agora cabe a mim, e quem sabe a você também, tentar trilhar esse caminho e ver o que acontece.

>>> Próximo artigo: 02. Fotografia Contemplativa II - Como fazer

Referências:

BONDIA, J.L. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Rev. Bras. Educ., n.19, p.20-8, 2002.

GALLIAN, Dante Marcello Claramonte. Dá, pois, a teu servo um coração que escuta. Blog do LabHum, 2009 Disponível em: http://labhum.blogspot.com/2009/12/da-pois-teu-servo-um-coracao-que-escuta.html

KARR, Andy e WOOD, Michael. The Practice of Contemplative Photography: Seeing the World with Fresh Eyes. Shambhala Publications, Boston, 2011.

Site: Seeing Fresh - Contemplative photography by Andy Karr

(Artigo original: 2014 / Revisado em abril de 2022)

Sobre o Professor:

Yuri Bittar é fotógrafo desde 1998, designer (Mack) historiador (USP) mestre em Ensino em Ciências da Saúde (UNIFESP). É instrutor de Mindfulness certificado pelo Mente Aberta Brasil, e professor de Fotografia Contemplativa há 6 anos, tema sobre o qual desenvolve doutorado. Através da história oral, da fotografia, da literatura e outros recursos, tem buscado criar projetos mais próximos ao humano e que contribuam para a melhora da qualidade de vida.

"Acredito que a fotografia pode e deve estar presente no dia-a-dia, como trabalho, como expressão artística e como registro, e ainda como oportunidade para o relacionamento humano, para conhecimento e auto-conhecimento."

Mais sobre Yuri

Sub-categorias

  • Artigos científicos (em revistas)
  • Artigos sobre fotografia

     

  • Textos e projetos antigos

     

  • 365 Agradecimentos / 365 Grateful

    Projeto #365agradecimentos dia 18

    O agradecimento é a melhor forma de conexão com o lado bom da vida. Agradecer não é só somente ser grato pelo que aconteceu, mas uma forma de admiração pelo mundo. Mas como despertar o poder do agradecimento, do reconhecimento da Graça, como ver algo bom para agradecer todos os dias? Agradecer é um exercício, precisamos aprender a ver o que temos de bom em cada dia! Acredito que dar esse valor à vida, ao cotidiano, é uma poderosa fonte de cosias boas! 

    Com o objetivo de exercitar o poder da gratidão desenvolvi dois projetos, um pessoal, com fotos diárias em sinal de agradecimento, e um coletivo, que pretendeu envolver um grande número de pessoas. 

    "Então, se, inicialmente, alguns de nossos agradecimentos possam sair forçados, a contra-gosto, mesmo assim, a Prática de Gratidão vai operar os seus milagres. Agradecendo, começamos a perceber mais e mais coisas a agradecer. Agradecendo, o coração se abre. Agradecendo, começamos a perceber o quanto temos para agradecer. Começamos a descobrir que até as situações difíceis têm um lado positivo a ser agradecido." (Monja Isshin)

    O sentido dos projetos é valorizar nosso cotidiano, mostrar como a arte, o prazer de viver, as amizades, Deus, enfim, as coisas boas, estão presentes todo dia em nossas vidas!

    Veja abaixo como é cada um desses projetos:

  • Diários da quarentena

    Nota, pensamentos e reflexões escritos durante a fase de isolamento da pandemia do covid-19.

  • História do Alfajor
  • Artigos sobre fotografia contemplativa

    Miksang em SPSe preocupar menos com as angústias do dia-a-dia, parar e observar a realidade, e se encantar com o cotidiano, com o comum. Isso é a Fotografia Contemplativa!

    A Fotografia Contemplativa, (também chamada de Miksang e Mindfulphoto) pode ser entendida como um estado mental aberto, curioso, sem julgamento, concentrado em apenas ver. Antes de uma técnica de fotografia é uma forma de ver o mundo e de viver. É a experiência visual direta, não conceitual, ou seja, a pura percepção. É uma prática ligada à meditação que, buscando ver a realidade sem pré-conceitos, fórmulas, definições, ansiedades, objetivos, apenas ver, visa trazer nossa visão para o presente, para o dia-a-dia, para o real, abrindo nossos olhos e permitindo ver o “novo” no cotidiano, ver beleza e criar arte.

    A Fotografia Contemplativa é, acima de tudo, ter a percepção aberta, sair do automático, e apreciar o mundo. Esta prática se origina em ensinamentos budistas e de meditação, mas não é uma prática religiosa, apenas uma nova forma de ver o mundo.

    A proposta é trazer a arte para a vida cotidiana, e a vida cotidiana para a arte, entendendo que as boas imagens não estão no raro e no inusitado, ou no diferente, mas em tudo. Mas nossos olhos da razão (olhar conceitual) não enxergam isso. Os do coração, da percepção, dos sentidos, estes sim enxergam! 

    (Texto: Yuri Bittar, 2015)

    [ENGLISH] The Contemplative Photography, or Miksang, or Mindfulphoto, before a photography technique is a way of seeing the world and to live. It aims to search for a new look for our day-by-day. The proposal is to bring art to everyday life, and everyday life to art! The good pictures are not in the rare and unusual, or in the different, but in everything. What needs to be different, unique, creative, is the eye of the photographer. But our reason eyes do not see that. The perception of heart, the of the senses, yes! No are here social criticism, but only images that cause us something, or arise because something affected us. Life is a sequence of moments and i try to capture some pieces of life, images that hopefully speak for themselves.

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